Canonização equipolente: Papa Francisco declara santas 16 mártires carmelitas
Freiras de Compiègne, executadas durante o Reinado do Terror, são reconhecidas como santas pela Igreja Católica.

Dezesseis freiras carmelitas descalças de Compiègne, França, foram declaradas santas pela Igreja Católica. O Papa Francisco utilizou o raro procedimento de canonização equipolente para oficializar a santidade destas mártires, executadas em 1794 durante o Reinado do Terror da Revolução Francesa. Madre Teresa de Santo Agostinho e suas 15 companheiras, que entoavam hinos de louvor a caminho da guilhotina, agora podem ser veneradas em todo o mundo.
A canonização equipolente, anunciada pela Santa Sé, reconhece a veneração de longa data a estas mulheres de fé. Embora dispense o processo formal e a cerimônia de canonização, este tipo de reconhecimento exige um estudo aprofundado da vida e virtudes das candidatas, realizado pela seção histórica do Dicastério para as Causas dos Santos. A fama de santidade e os relatos de milagres atribuídos às mártires também são considerados.
As carmelitas de Compiègne, grupo composto por 11 freiras, três irmãs leigas e duas externas, foram presas por se recusarem a abandonar sua vida religiosa, proibida pela Revolução. Expulsas de seu mosteiro em 1792, continuaram sua vida de oração e penitência em segredo. A Madre Superiora, Teresa de Santo Agostinho, propôs um voto adicional: oferecer suas vidas pelo fim da Revolução e pela Igreja na França.
No dia 17 de julho de 1794, as irmãs foram levadas em carroças abertas pelas ruas de Paris, enfrentando os insultos da multidão. Com serenidade e fé inabalável, cantaram o Miserere, Salve Regina e Veni Creator Spiritus a caminho do cadafalso. Cada uma recebeu a bênção da Madre Superiora antes de sua execução. A própria Madre Teresa de Santo Agostinho foi a última a ser guilhotinada, cantando até o último instante.
A história das mártires de Compiègne inspirou obras como o “Diálogo das Carmelitas”, de Georges Bernanos, e a ópera homônima de Francis Poulenc. Seus corpos repousam em uma vala comum no cemitério de Picpus, em Paris. Beatificadas em 1906 por São Pio X, sua festa litúrgica permanece em 17 de julho, data de seu martírio.
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Com informações de ACI Digital