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A natureza e os limites da Inteligência Artificial, de acordo com o Vaticano

Nota da Santa Sé alerta sobre os riscos da supervalorização da IA e destaca a importância da responsabilidade ética.

O Vaticano, por meio de uma nota conjunta dos Dicastérios para a Doutrina da Fé e para a Cultura, vem esclarecer a natureza e os limites da chamada “Inteligência Artificial” (IA). Segundo o documento, o próprio nome desse fenômeno tecnológico é enganoso, pois a IA não possui de fato uma “inteligência” no sentido humano do termo.

A nota ressalta que a IA é apenas uma ferramenta que executa tarefas, mas não pensa ou compreende semanticamente a realidade. Ela carece de tudo o que é verdadeiramente humano, como a capacidade de discernimento moral, a intuição e a criatividade. A inteligência humana, por sua vez, é individual e social, racional e afetiva, mediada pela corporeidade da pessoa.

Portanto, a IA deve ser utilizada apenas como um instrumento complementar à inteligência humana, e não para substituí-la. Afinal, a IA não possui responsabilidade moral, algo que recai sobre aqueles que a projetam e a utilizam. Por isso, é fundamental que as decisões baseadas em IA sejam plenamente justificadas e prestadas contas de seu uso.

Outro critério ético essencial, segundo o Vaticano, é avaliar se as aplicações da IA respeitam e promovem a dignidade humana e o bem comum. A nota também destaca a importância de a IA implementar relações positivas do homem com o ambiente, promover a interconexão entre indivíduos e comunidades e fomentar uma responsabilidade compartilhada pelo bem comum.

O documento alerta contra a subordinação excessiva à tecnologia, que poderia criar novas formas de marginalização e desigualdade social. A IA deve ser empregada como ferramenta para melhorar a assistência, enriquecer as relações humanas e auxiliar na compreensão de fatos complexos, nunca para limitar a liberdade das pessoas ou servir como instrumento de controle social.

Por fim, o Vaticano reitera que não é aceitável que a IA seja utilizada para decidir sobre a vida de seres humanos, como acontece em conflitos armados com armas guiadas por inteligência artificial. A responsabilidade ética é fundamental e deve ser exercida por todos os envolvidos no desenvolvimento e uso dessa tecnologia.

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Com informações de Vatican News