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Via-Sacra com Francisco: a cruz de Cristo como sinal de reconciliação e esperança

Nas reflexões da Sexta-feira Santa, Papa Francisco convida à conversão, à reconciliação e a seguir o caminho da cruz como resposta de amor e compromisso

Nas meditações preparadas para a Via-Sacra da Sexta-feira Santa, celebrada neste 18 de abril no Coliseu de Roma, o Papa Francisco nos propõe olhar novamente para a cruz de Cristo como uma descida de amor em direção ao mundo que Deus ama. Embora a celebração tenha sido presidida, por delegação, pelo cardeal Baldo Reina, vigário da Diocese de Roma, foi o próprio Francisco quem redigiu as profundas reflexões das 14 estações. Nelas, o caminho ao Calvário é mostrado como a resposta salvadora de Jesus diante de um mundo distanciado, ferido e muitas vezes indiferente.

Segundo o Santo Padre, a cruz é muito mais do que sofrimento: é um convite à reconciliação, pois “derruba os muros, cancela as dívidas, estabelece a reconciliação”. Cristo, “pregado”, colocou-se entre os opostos e os levou ao Pai, fazendo de sua entrega o verdadeiro Jubileu. Na X estação, Francisco nos recorda que Jesus, mesmo despojado, vê e ama aqueles que o maltratam, entregando-se por todos — “todos, todos, todos”, como reitera com ênfase.

O Papa também denuncia as economias desumanas e estruturas sociais construídas “sobre cálculos e algoritmos, lógicas frias e interesses implacáveis”. Em contraste, aponta para a “economia de Deus”, que é simples, reparadora, fiel à terra. Na terceira queda de Cristo, por exemplo, ele vê o Salvador tomando para si os pecados do mundo e se reerguendo ao encontro de todo pecador, para erguê-lo com amor e conduzi-lo por caminhos ousados.

Entre as figuras que acompanham Jesus, Francisco destaca personagens que representam experiências humanas: Simão de Cirene, que aprende a carregar a dor do outro; Verônica, que dimensiona o amor num simples gesto; Maria, a Mãe discreta, mas firme; e as mulheres de Jerusalém, convocadas a chorar por um mundo que precisa de arrependimento e compaixão.

A Via-Sacra, afirma o Santo Padre, “é a oração de quem se move”, e nos chama a pausar os ritmos frenéticos modernas para reorientar nossa vida pelos rastros do Salvador. Trata-se de uma travessia interior, que nos ajuda a sair de nós mesmos e criar vínculos concretos com quem está ao nosso lado.

Na última estação, o silêncio do sepulcro sela a esperança da ressurreição. Cristo, agora deitado na terra, partilha da nossa condição humana em seus limites mais sombrios, mas também promete a paz entre os povos com sua vitória. “Ensina-nos a não fazer nada, quando só nos é pedido esperar”, reza o Papa, convidando-nos à confiança no tempo de Deus.

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Com informações de Vatican News