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Papa Francisco encoraja a redescoberta da prática de reparação ao Sagrado Coração

Durante conferência em Roma, o Pontífice destaca a importância da reparação no contexto atual da Igreja.

Em um encontro com participantes de uma conferência organizada em Roma, por ocasião das celebrações do Jubileu das aparições e da subsequente devoção ao Sagrado Coração de Jesus, o Papa Francisco fez um chamado para a redescoberta dessa prática cristã de reparação. A conferência internacional, que marca o 350º aniversário das Aparições do Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque em Paray-le-Monial, na região francesa da Borgonha, tem como foco o significado da reparação na Igreja.

Santa Margarida Maria é conhecida por introduzir essa devoção no final do século XVII, que mais tarde foi formalmente reconhecida e aprovada pelo Papa Clemente XIII.

Reunidos em Roma de 1 a 5 de maio sob o tema “Reparar o irreparável”, os cerca de 150 participantes discutem a relevância da prática de reparação ao Sagrado Coração de Jesus, especialmente no contexto atual da Igreja Católica, marcado pelos escândalos de abuso que abalaram a fé de muitos fiéis e criaram uma profunda necessidade de reparação.

O Papa Francisco acolheu a conferência ao se encontrar com os participantes no sábado. Em seu discurso, ele lembrou que o conceito de reparação é frequentemente encontrado nas Escrituras, mas no Novo Testamento assume a forma de um processo espiritual dentro do quadro da Redenção realizada por Cristo e Seu sacrifício na Cruz.

“O novo aqui”, disse ele, “é que revela a misericórdia do Senhor para com o pecador. A reparação, portanto, contribui para a reconciliação dos homens entre si, mas também para a reconciliação com Deus, porque o mal cometido contra o próximo é também uma ofensa contra Deus.”

O Papa Francisco observou que o título da conferência nos encoraja a esperar que toda ferida possa ser curada, mesmo que seja profunda: “A reparação completa às vezes parece impossível, quando posses ou entes queridos são perdidos permanentemente ou quando certas situações se tornaram irreversíveis. Mas a intenção de reparar e fazê-lo concretamente é essencial para o processo de reconciliação e o retorno da paz ao coração.”

Para que a reparação seja verdadeiramente cristã e “não apenas um simples ato de justiça comutativa”, ele destacou, deve pressupor “duas atitudes exigentes: reconhecer-se culpado e pedir perdão.” De fato, “toda reparação, humana ou espiritual, começa com o reconhecimento do próprio pecado.”

“É a partir deste reconhecimento honesto do dano causado ao irmão, e do sentimento profundo e sincero de que o amor foi ferido, que nasce o desejo de reparar.”

Pedir perdão, por outro lado, “reabre o diálogo e manifesta o desejo de restabelecer o vínculo na caridade fraterna”, enquanto a reparação, ou mesmo o simples desejo de reparar, garante a autenticidade do pedido de perdão. “Dessa forma, se o irreparável não pode ser completamente reparado, o amor pode sempre renascer, tornando a ferida suportável.”

Concluindo, o Papa Francisco expressou seu desejo de que a conferência “possa renovar e aprofundar o significado da prática de reparação ao Sagrado Coração de Jesus, introduzida por Santa Margarida Maria e que hoje é um pouco esquecida ou erroneamente considerada obsoleta.”

Fonte: Vatican News

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