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Novas normas do Vaticano sobre fenômenos sobrenaturais

Diretrizes para agilizar e clarificar a avaliação de aparições

O Vaticano publicou novas normas para avaliar aparições e fenômenos sobrenaturais, buscando agilizar decisões e antecipar intervenções. O documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo Papa, entrará em vigor no dia 19 de maio, festa de Pentecostes.

As normas oferecem seis possíveis conclusões sobre a natureza dos fenômenos, indo do “nihil obstat” (nenhum obstáculo) até uma declaração de “não sobrenaturalidade”. A autoridade da Igreja, como regra, não definirá a natureza sobrenatural, mas poderá autorizar e promover devoções e peregrinações.

As seis possíveis conclusões são:

  • Nihil Obstat: Reconhecimento de muitos sinais de uma ação do Espírito, sem certeza sobre a autenticidade sobrenatural. Encoraja o bispo a avaliar o valor pastoral e promover a difusão do fenômeno.
  • Prae oculis habeatur: Sinais positivos reconhecidos, mas com elementos de confusão que exigem discernimento e diálogo. Pode necessitar de um esclarecimento doutrinal.
  • Curatur: Elementos críticos presentes, mas com ampla disseminação e frutos espirituais verificáveis. Desaconselha-se a proibição, mas o bispo não deve encorajar o fenômeno.
  • Sub mandato: Problemas críticos ligados ao mau uso do fenômeno por pessoas ou grupos. A Santa Sé confia ao bispo ou a um delegado a orientação pastoral do local.
  • Prohibetur et obstruatur: Riscos graves, apesar de alguns elementos positivos. O bispo deve declarar publicamente a não permissão para a adesão e explicar os motivos.
  • Declaratio de non supernaturalitate: Declaração de não sobrenaturalidade com base em evidências concretas, como confissões de falsificação.

As novas normas visam uma resposta pastoral mais rápida e uma maior intervenção do Dicastério para a Doutrina da Fé, que deve aprovar a decisão final do bispo e pode intervir a qualquer momento. Este envolvimento explícito visa evitar confusões e proteger a fé dos fiéis.

O cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério, destaca que “situações complicadas, que produzem confusão entre os fiéis, devem ser sempre evitadas”. Ele explica que, apesar das manifestações espirituais trazerem muitos frutos positivos, há também riscos de abusos e erros doutrinais.

Segundo as novas diretrizes, a avaliação deve incluir uma comissão de especialistas, composta por teólogos, médicos e psicólogos, para examinar todos os aspectos do fenômeno. A Igreja deve discernir a presença de sinais de uma ação divina, garantir que os escritos e mensagens não contrariem a fé e avaliar os frutos espirituais, purificando-os de elementos problemáticos.

Com informações do Vatican News e Agência Ecclesia

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