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Papa Francisco destaca a importância do descanso e da compaixão no Angelus

O pontífice reflete sobre o Evangelho do dia e alerta contra a "ditadura do fazer"

Durante o Angelus deste domingo, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, que narra os apóstolos contando a Jesus tudo o que realizaram na missão que Ele lhes confiou. O Senhor então sugere que eles descansem, mas as multidões sempre os aguardam, e o Senhor expressa sua compaixão por elas. O Papa explicou como o convite de Jesus ao descanso e sua compaixão pelas multidões não são respostas mutuamente exclusivas, mas sim uma combinação que todos precisamos ter.

As demandas do apostolado podem ser extenuantes, apontou o Papa, e Jesus mostrou sua preocupação com os discípulos ao ver o quanto estavam cansados. Esse é um risco constante para nós hoje também, especialmente quando o entusiasmo por nosso trabalho missionário, com todas as suas tarefas e responsabilidades, pode nos levar ao ativismo excessivo, onde nossa lista de afazeres e resultados são as únicas coisas que vemos. Podemos nos tornar ansiosos e perder de vista o que é essencial, advertiu o Papa, esgotando corpo e espírito, o que acaba pesando no serviço oferecido à Igreja e em nosso cuidado pastoral. Ele enfatizou que devemos “tomar cuidado com a ditadura do fazer!”

O Papa observou que, em algumas famílias, um pai pode ter que trabalhar o tempo todo por necessidade de colocar pão na mesa, sacrificando assim o precioso tempo com sua esposa e filhos. Descrevendo isso como uma injustiça social, o Papa sublinhou que um pai e uma mãe devem ter tempo para compartilhar com seus filhos e criar uma família amorosa, sem ter que cair na “ditadura do fazer”. Ele disse que devemos pensar em como podemos ajudar as famílias nessa situação.

A necessidade de descanso não é uma fuga do mundo ou um foco estreito apenas no bem-estar pessoal, continuou o Papa, mas é necessário para recarregar nosso corpo e espírito para poder responder com amor e compaixão às necessidades daqueles ao nosso redor. Descansar e ser compassivo estão, portanto, ligados, explicou o Papa: “Só se aprendermos a descansar poderemos ter compaixão.” Quando nossos corações não estão sobrecarregados com a ansiedade de sempre fazer e estamos abertos para receber a graça de Deus através da oração e adoração, podemos então verdadeiramente “ter um olhar compassivo, que sabe responder às necessidades dos outros,” explicou o Papa.

Concluindo, o Papa sugeriu que olhássemos para nossas próprias vidas e nos perguntássemos se podemos parar o que estamos fazendo e tirar um tempo para estar com o Senhor, renovando-nos em corpo e espírito. Ele rezou para que a Virgem Maria nos ajude a “descansar no Espírito” mesmo em meio a todas as atividades diárias para estarmos mais disponíveis e compassivos com os outros.

Com informações de Vatican News