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Corpo de Santa Teresa de Ávila permanece incorrupto quase cinco séculos após sua morte

Reabertura do túmulo confirma a incorruptibilidade dos restos mortais da Doutora da Igreja, fortalecendo sua veneração.

Quase cinco séculos após sua morte em 4 de outubro de 1582, o corpo de Santa Teresa de Ávila continua incorrupto. A constatação foi feita ontem, durante a reabertura de seu túmulo no Mosteiro Carmelita de Alba de Tormes, onde a santa repousa.

Pe. Marco Chiesa, Postulador Geral da Ordem dos Carmelitas Descalços, declarou: “Hoje o túmulo de Santa Teresa foi aberto e verificamos que se encontra nas mesmas condições da última abertura em 1914”. A reabertura faz parte do reconhecimento canônico dos restos mortais de Santa Teresa, solicitado em 1º de julho pelo Bispo de Salamanca ao Vaticano.

O processo envolve o estudo detalhado do corpo, do coração, de um braço e de uma mão da santa, esta última preservada na cidade espanhola de Ronda e transferida para Alba de Tormes para análise. A conclusão deste estudo está prevista para 31 de agosto.

Durante a cerimônia, a laje de mármore foi removida, e o túmulo de prata foi aberto em uma sala destinada aos estudos, acompanhados exclusivamente pela equipe científica e pelo tribunal eclesiástico. A abertura contou com a presença de dois ourives e exigiu o uso de 10 chaves especiais, distribuídas entre Alba de Tormes, Roma e a posse do rei.

Pe. Miguel Ángel González, prior carmelita de Alba de Tormes, relatou que a transferência dos relicários foi realizada com austeridade e solenidade, acompanhada pelo canto do Te Deum, refletindo a profunda emoção da comunidade.

Os primeiros resultados das análises indicam a presença de espinhos calcários no corpo de Santa Teresa, que, segundo Pe. Chiesa, demonstram sua resiliência e desejo de seguir adiante apesar das dificuldades físicas. As imagens preservadas de 1914, apesar de em preto e branco, mostram que as partes descobertas do corpo, como o rosto e o pé, permanecem inalteradas, confirmando a incorruptibilidade.

O processo de reconhecimento canônico segue três etapas: a primeira envolve a documentação e limpeza dos relicários até 31 de agosto; a segunda, a análise científica nos laboratórios na Itália; e a terceira, propostas de intervenções para melhor preservação dos restos mortais. Antes da conclusão definitiva, será concedido tempo para que as relíquias possam ser devidamente veneradas.

A incorruptibilidade do corpo de Santa Teresa já havia sido observada na abertura do túmulo em 1914, corroborando os achados anteriores de 1750 e reforçando a fé e devoção dos fiéis à Doutora da Igreja.

Com informações de Gaudium Press