Papa Francisco aos militares: “Sejam testemunhas corajosas do amor de Deus”
Em Missa Jubilar, Pontífice destaca a importância de ver, subir e sentar-se como Jesus, promovendo a paz e a justiça.
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Durante a Missa Jubilar para as Forças Armadas, Polícia e Pessoal de Segurança, neste domingo (9), o Papa Francisco proferiu uma homilia inspiradora, baseada no Evangelho de São Lucas. O Pontífice destacou três verbos que descrevem a atitude de Jesus no lago de Genesaré: ver, subir e sentar-se. Esses verbos, segundo Francisco, são um convite para que os militares e agentes de segurança coloquem o encontro com o outro em primeiro lugar, superando a preocupação com a própria imagem e a rotina.
“Jesus não está preocupado em dar uma imagem de si mesmo às multidões, em executar uma tarefa, em seguir um cronograma”, explicou o Papa. “Pelo contrário, coloca sempre em primeiro lugar o encontro com os outros, a relação, a preocupação com aqueles trabalhos e fracassos que muitas vezes sobrecarregam o coração e tiram a esperança.”
O primeiro verbo, “ver”, refere-se ao olhar atento e compassivo de Jesus, capaz de perceber a desilusão dos pescadores após uma noite de trabalho infrutífera. “Não nos esqueçamos da compaixão de Deus”, enfatizou Francisco. “Deus é próximo, Deus é terno e Deus é compassivo, sempre”.
Devido a uma bronquite, o Papa Francisco pediu desculpas por não conseguir continuar a leitura da homilia, que foi então proferida pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Dom Diego Giovanni Ravelli.
O segundo verbo, “subir”, representa a iniciativa de Jesus em ir ao encontro de Simão Pedro, entrando no “barco da sua vida” e oferecendo esperança em meio ao fracasso. “Jesus não se limita a observar as coisas que não correm bem, como nós fazemos muitas vezes, acabando por nos fecharmos em lamentos e amarguras”, explicou Dom Ravelli, lendo as palavras do Papa.
Por fim, “sentar-se” é a postura do mestre que ensina. Jesus, após ver e subir, senta-se para anunciar a boa nova, para levar luz à escuridão e reacender a esperança. “Quando o Senhor sobe no barco da nossa vida trazendo-nos a boa nova do amor de Deus que sempre nos acompanha e sustenta, então a vida recomeça, a esperança renasce”, afirmou o Papa através de Dom Ravelli.
O Santo Padre agradeceu às Forças Armadas, Polícia e Segurança pelo serviço prestado, destacando sua missão em defesa da vida, da justiça e da paz. “A vós está confiada uma grande missão […] a defesa dos nossos países, o compromisso em prol da segurança, a guarda da legalidade e da justiça”, ressaltou. Ele também enfatizou a importância de “ver” as ameaças ao bem comum, “subir” a bordo do barco em tempestade para denunciar o mal e “sentar-se” para ensinar a todos que o bem pode vencer.
O Papa também mencionou o papel crucial dos capelães militares, que são a presença de Cristo no meio da tropa, oferecendo apoio moral e espiritual. Ele os alertou contra a tentação de abençoar atos de guerra, lembrando que sua missão é acompanhar, ouvir e oferecer a proximidade de Cristo.
Francisco concluiu exortando os militares a serem “vigilantes contra a tentação de cultivar um espírito de guerra” e a serem “testemunhas corajosas do amor de Deus Pai, que nos quer todos irmãos”. O convite final é para caminhar juntos na construção de uma nova era de paz, justiça e fraternidade.
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Com informações de Vatican News