Papa Leão XIV defende o patrimônio das Igrejas Orientais e faz novo apelo pela paz mundial
Durante audiência no Vaticano, o Pontífice destacou a riqueza espiritual das comunidades orientais, alertou para os perigos da diáspora e reafirmou o compromisso da Santa Sé com o diálogo e a reconciliação

Em um de seus primeiros grandes encontros como Sucessor de Pedro, o Papa Leão XIV recebeu, nesta quarta-feira (14/05), cerca de 5 mil participantes do Jubileu das Igrejas Orientais, na Sala Paulo VI, no Vaticano. O evento marcou o encerramento do 13º jubileu temático do Ano Santo da esperança, dedicado às comunidades católicas orientais, com fiéis e líderes eclesiais vindos de mais de 10 países — inclusive do Brasil. Durante dois dias, foram celebradas diversas liturgias segundo diferentes tradições orientais, como a etíope, a armênia e a sírio-oriental.
Com simpatia e firmeza, o Papa acolheu os fiéis com uma saudação pascal que ressoa fortemente no Oriente cristão: “Cristo ressuscitou. Ressuscitou verdadeiramente!”. Em sua reflexão, Leão XIV destacou que essas comunidades são ricas em tradição, espiritualidade e liturgia — verdadeiros “tesouros inestimáveis” da Igreja. Ele advertiu, no entanto, sobre o risco crescente de que esse patrimônio se perca devido à diáspora forçada por guerras, perseguições, instabilidade e pobreza.
Inspirando-se na carta Orientalium Dignitas, escrita por Leão XIII em 1894, o Papa reafirmou que as Igrejas Orientais têm um papel único na vida da Igreja. No entanto, alertou que muitos de seus fiéis, ao migrarem para o Ocidente, enfrentam o perigo de não só perderem a pátria, mas também sua essência espiritual. Para evitar esse risco, ele exortou especialmente os pastores de rito latino a acolher e apoiar os orientais, incentivando uma convivência que enriqueça a Igreja com a diversidade dos ritos e da sensibilidade mística oriental.
“A Igreja precisa de vocês”, afirmou com entusiasmo, referindo-se às contribuições das tradições orientais. “Como precisamos recuperar o sentido do mistério, tão presente em suas liturgias, que envolvem todo o ser humano e cantam a beleza da salvação.”
Ao final de seu discurso, Leão XIV concentrou-se em um clamor urgente por paz. Reafirmou que a Santa Sé está disposta a facilitar o diálogo entre povos em conflito e renovou seu apelo para que os líderes das nações busquem a diplomacia, não a violência. “A guerra nunca é inevitável”, disse o Papa. “Os povos querem a paz, e eu, com o coração na mão, digo aos líderes das nações: encontremo-nos, dialoguemos, negociemos!”
De forma eloquente, ele concluiu: “Entrará para a história não quem cria vítimas, mas quem semeia a paz. Os outros não são inimigos, mas pessoas com quem devemos conversar. As armas devem silenciar. Já é hora de virar a página.”
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Com informações de Vatican News