Leão XIV inicia pontificado com apelo por amor, unidade e serviço

Diante de uma multidão de cerca de 200 mil fiéis, o Papa Leão XIV presidiu, nesta domingo (18/05), à solene Missa de início de seu ministério petrino. A celebração, que contou com a presença de autoridades religiosas e civis de diversas partes do mundo, foi marcada por simplicidade, emoção e profundidade espiritual. “Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vocês como um irmão que deseja fazer-se servo da fé e da alegria”, declarou o novo Pontífice, visivelmente tocado ao receber o Anel do Pescador.

Antes da entrada solene, Leão XIV percorreu pela primeira vez a Praça São Pedro a bordo do papamóvel, saudando os milhares de peregrinos que também ocupavam a Via della Conciliazione. A cerimônia teve início na Basílica Vaticana, diante do túmulo de São Pedro, de onde foram levados o Evangeliário, o Pálio e o Anel do Pescador. No altar central preparado na praça, os cardeais Mario Zenari e Luis Antonio Tagle entregaram os símbolos do ministério petrino ao Santo Padre, que os recebeu com visível emoção.

Durante a homilia, Leão XIV recordou com gratidão o legado do Papa Francisco, afirmando que sua morte deixou o povo “como ovelhas sem pastor”. Inspirando-se em Santo Agostinho, o Pontífice destacou que sua missão é servir a fé do povo e caminhar ao lado dele, apontando para a centralidade do amor como fundamento do ministério de Pedro. “Nunca devemos ceder à tentação de nos colocarmos acima dos outros… A Igreja de Roma preside na caridade.”

O Papa refletiu sobre a missão de Pedro como aquela de um pastor que ama mais, mesmo após falhar, e que é chamado a lançar as redes para salvar a humanidade das águas do mal. Leão XIV sublinhou que o poder na Igreja não deve vir de propaganda, força ou influência, mas do amor oblativo de Cristo.

“Gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de comunhão, que se torne fermento de um mundo reconciliado”, afirmou. Leão XIV evocou ainda o sofrimento dos nossos tempos: a violência, o preconceito e um sistema econômico injusto, apelando a todos que sejam fermento de fraternidade. “Olhemos para Cristo! Acolhamos sua Palavra! Tornemo-nos sua única família!”

Encerrando sua pregação, o Santo Padre emocionou-se mais uma vez ao proclamar: “Esta é a hora do amor!” E convidou a Igreja a ser missionária, aberta, próxima do povo e firmada em Cristo. “Juntos, como único povo, todos irmãos, caminhemos ao encontro de Deus e amemo-nos uns aos outros.”

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