Um amor que nunca falha: Papa reflete sobre a fidelidade de Deus e a fragilidade humana
Na catequese desta quarta-feira, Leão XIV medita sobre a Última Ceia como uma lição sobre a fidelidade inabalável do amor de Deus

Apesar do forte calor em Roma, que levou a Audiência Geral desta quarta-feira (13) a ser dividida entre a Sala Paulo VI, a Basílica e a Praça Petriano, o Papa Leão XIV ofereceu aos fiéis uma catequese profunda e consoladora. Refletindo sobre o anúncio da traição de Judas na Última Ceia, o Pontífice ensinou que a nossa grande esperança reside na certeza de que, mesmo diante da nossa falha, o amor fiel de Deus nunca nos abandona.
Devido às altas temperaturas, o Santo Padre fez questão de saudar pessoalmente os peregrinos nos diferentes locais, agradecendo pela paciência e explicando que a medida visava proteger a todos do sol. Com saudações em português, inglês, espanhol e italiano, ele demonstrou seu carinho e proximidade antes de iniciar sua reflexão.
Dando sequência ao ciclo de catequeses sobre o mistério pascal, o Papa se concentrou na “cena íntima e dramática” em que Jesus revela a traição. Ele explicou que o gesto de Cristo não foi para condenar ou humilhar, pois Ele não apontou o culpado, mas sim para “salvar”, ensinando que “o amor, quando é sincero, não pode ocultar a verdade”. O Evangelho, disse, nos convida a reconhecer o mal como uma “oportunidade dolorosa para renascer”.
Leão XIV destacou a reação dos discípulos, que não foi de raiva, mas de uma tristeza silenciosa, que os levou a se questionarem: “Acaso serei eu?”. Esta pergunta, segundo o Papa, é uma das mais sinceras que podemos fazer. “Não é a pergunta do inocente, mas do discípulo que se descobre frágil. Não é o grito do culpado, mas o sussurro de quem, mesmo querendo amar, sabe que pode ferir”. É nesta consciência, afirmou, “que começa o caminho da salvação”.
O Papa também refletiu sobre a reação de Deus ao mal. “Quando vê o mal, não se vinga, mas se entristece”. As duras palavras de Jesus sobre o traidor, “Melhor seria que nunca tivesse nascido!”, não são uma condenação, mas “um grito de dor” de um pai que vê um filho se autoexcluir da salvação ao renegar o Amor que o gerou.
Ainda assim, a confiança de Jesus não se abala. “Ele sabe bem que nenhuma amizade está imune ao risco da traição”, ponderou o Papa, e mesmo assim, “não abandona nunca a mesa do amor, nem mesmo quando sabe que será deixado sozinho”.
Neste ponto, o Papa Leão XIV apresentou o núcleo de sua mensagem, a fonte da nossa esperança inabalável: “No fundo, esta é a esperança: saber que, ainda que possamos falhar, Deus nunca falha. Mesmo que possamos trair, Ele nunca deixa de nos amar”.
A conclusão do Santo Padre foi um convite à conversão e à confiança: “E se nos deixarmos alcançar por esse amor — humilde, ferido, mas sempre fiel — então podemos verdadeiramente renascer. E começar a viver não mais como traidores, mas como filhos sempre amados”.
A esperança de saber que somos sempre amados por Deus, mesmo em nossas falhas, é a mensagem que a Rádio Aliança se esforça para levar a todos os corações. Para que este “Farol de Esperança” continue no ar, contamos com a sua generosidade. Sua ajuda nos permite espalhar este amor que nunca falha. Contribua em: alianca.fm.br/contribuintes