Notícias

No dia convocado pelo Papa, a Igreja se une em jejum e oração por um mundo em guerra

De Roma ao Iêmen, dioceses de todo o mundo respondem ao apelo de Leão XIV, enquanto a lista de conflitos expõe a urgência da paz e do perdão

Nesta sexta-feira, 22 de agosto, memória litúrgica de Maria, Rainha da Paz, a Igreja em todo o mundo atende ao chamado do Papa Leão XIV e se une em um grande dia de jejum e oração. O objetivo é suplicar a Deus pelo dom da paz para um planeta ferido por ao menos 56 conflitos armados, que continuam a “enxugar as lágrimas daqueles que sofrem”.

O apelo do Santo Padre, feito na Audiência Geral da última quarta-feira, encontrou um eco imediato e universal. Praticamente todas as Conferências Episcopais e dioceses aderiram à iniciativa, transformando este dia em uma poderosa corrente de intercessão. Da Itália, com o Cardeal Matteo Zuppi, à Espanha, com Dom Luis Argüello, os bispos mobilizaram suas comunidades para “intensificar a oração por uma paz desarmada e desarmante”.

De forma particularmente comovente, a adesão veio de lugares que vivem o drama da guerra na pele. O Vicariato Apostólico da Arábia Meridional, que inclui o Iêmen, devastado por uma guerra civil “esquecida”, uniu-se em prece. Da mesma forma, o Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Ielpo, conclamou os franciscanos a rezarem por este “dom há muito esperado”, pedindo que a comunidade internacional “não fique apenas assistindo, mas intervenha para promover a paz”.

Esta imensa mobilização espiritual contrasta dolorosamente com a realidade de um mundo que insiste no caminho das armas. A “Terceira Guerra Mundial em pedaços”, como descreve o Papa, continua a se expandir. Enquanto a Igreja reza, os gastos militares globais atingiram o recorde de 2,718 trilhões de dólares no último ano.

O cenário é desolador. Da guerra na Ucrânia à tragédia humanitária sem precedentes em Gaza; da pior crise de deslocados do mundo no Sudão aos conflitos brutais no leste do Congo, em Mianmar e em tantos países do Sahel; das tensões na Península Coreana à violência de gangues no Haiti.

Diante desta realidade, o Papa Leão XIV insiste que a solução não virá apenas da diplomacia, mas de uma profunda “mudança de perspectiva”. Ele aponta para a raiz de toda a paz duradoura, um caminho exigente, mas indispensável, que ele recordou em sua última catequese: o perdão.

“Sem perdão nunca haverá paz”, afirmou o Pontífice. Ele explicou que o verdadeiro perdão cristão não é um sinal de fraqueza, nem espera o arrependimento do outro para ser oferecido. Pelo contrário, “perdoar não significa negar o mal, mas impedir que ele gere mais mal”.

Neste dia 22 de agosto, a Igreja, em jejum e oração, não apenas lista as guerras do mundo, mas apresenta a única solução capaz de quebrar o ciclo do ódio. Aos pés de Maria, Rainha da Paz, os fiéis pedem a graça de, a exemplo de Cristo, aprender a perdoar, para que o mundo possa, finalmente, conhecer a paz.


Hoje, somos todos convidados a nos unir ao Santo Padre em jejum e oração. Que a nossa prece se junte à de toda a Igreja pela paz no mundo. A Rádio Aliança está em comunhão com este apelo, buscando ser um instrumento de paz todos os dias. Ajude-nos a continuar esta missão. Sua contribuição sustenta nossa voz no ar. Doe em: alianca.fm.br/contribuintes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *