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“A humildade é a liberdade de si mesmo”, ensina o Papa no Angelus

Refletindo sobre o Evangelho, Leão XIV adverte contra a tentação de reduzir a vida a uma competição e aponta a humildade como o caminho para a verdadeira dignidade

Na oração do Angelus deste domingo, 31 de agosto, o Papa Leão XIV ofereceu uma reflexão sobre a virtude da humildade, descrevendo-a não como fraqueza, mas como a “forma plena da liberdade”. Partindo do Evangelho do dia, em que Jesus observa os convidados de um banquete competindo pelos primeiros lugares, o Pontífice nos convidou a questionar nossas próprias prioridades.

O Papa iniciou observando a beleza do encontro ao redor da mesa, um sinal de paz e comunhão em todas as culturas. No entanto, o evangelista nota que, no almoço na casa do fariseu, os convidados observavam Jesus com desconfiança e corriam para ocupar os postos de honra. “Isso acontece também hoje”, disse o Papa, não apenas em eventos sociais, mas em tantas ocasiões em que “é importante ser notado”, transformando o convívio em uma competição.

Leão XIV traçou um paralelo entre a mesa do fariseu e a mesa Eucarística. “Sentar-nos juntos à mesa eucarística, no dia do Senhor, significa também para nós deixar a palavra a Jesus”, explicou. É um momento em que permitimos que o olhar de Cristo nos revele como Ele nos vê, um convite a “repensar como muitas vezes reduzimos a vida a uma competição, como nos descompostamos para obter algum reconhecimento”.

É neste ponto que o Papa apresentou o coração de sua mensagem. A palavra que Jesus usa para descrever o caminho de saída dessa lógica de competição é “humildade”. E o que é a humildade? “A humildade, de fato, é a liberdade de si mesmo”, ensinou o Pontífice. Ela nasce quando o Reino de Deus e sua justiça se tornam nosso verdadeiro interesse, permitindo-nos olhar para longe, e não “para a ponta dos nossos pés”.

Com grande sabedoria pastoral, o Papa contrastou duas atitudes. Aquele que se exalta, no fundo, “é muito inseguro” e “parece não ter encontrado nada mais interessante do que a si mesmo”. Por outro lado, quem compreendeu sua dignidade aos olhos de Deus, quem “sente profundamente ser filho ou filha de Deus, tem coisas maiores pelas quais se exaltar”.

Essa verdadeira dignidade, explicou o Santo Padre, “brilha por si mesma”, sem esforço e sem estratégias. E ela vem à tona quando, “em vez de nos servirmos das situações, aprendemos a servir”.

Ao concluir, o Papa Leão XIV fez uma prece pela Igreja, pedindo que ela seja para todos “um ginásio de humildade”. Uma casa “onde todos são sempre bem-vindos, onde não é preciso conquistar lugares”, e onde Jesus possa sempre nos educar em sua própria humildade e liberdade, tendo Maria, a humilde serva do Senhor, como Mãe e modelo.


A reflexão do Papa sobre a humildade como verdadeira liberdade nos convida a uma profunda conversão do coração. A Rádio Aliança busca, em sua missão de serviço, ser um instrumento que nos ajuda a olhar para além de nós mesmos, em direção a Deus e aos irmãos. Para que este serviço continue, contamos com a sua generosidade. Contribua em: alianca.fm.br/contribuintes

Com informações de Vatican News