Leão XIV quer mais diálogo e transparência na Cúria Romana

O Papa Leão XIV reforçou, em entrevista recente, que a reforma da Cúria Romana continuará a ser uma das prioridades de seu pontificado. Para o Santo Padre, o caminho iniciado por Francisco deve agora avançar para uma integração mais concreta entre os diversos dicastérios, superando a prática de cada setor agir de maneira isolada.

A reflexão do Papa aparece no livro Leão XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI, lançado nesta semana, que reúne trechos de uma conversa concedida ao portal norte-americano Crux. Na obra, ele observa que a constituição Praedicate Evangelium, promulgada em 2022, já havia redefinido a identidade da Santa Sé como serviço tanto ao ministério do Papa quanto aos bispos espalhados pelo mundo.

“Falta comunicação, faltam instrumentos que favoreçam a colaboração interna. Isso prejudicou o governo da Igreja em vários momentos”, admitiu o pontífice, indicando que pretende buscar soluções para que essa troca se torne mais fluida e constante.

O Papa também se deteve em questões econômicas. Ele reconheceu que a pandemia provocou forte impacto nos cofres do Vaticano, sobretudo porque os Museus Vaticanos, uma das principais fontes de receita, permaneceram fechados. Com a retomada das viagens internacionais, a situação melhorou, mas ainda requer vigilância e planejamento. “Não considero que a crise esteja totalmente superada, mas isso não me tira o sono. O importante é transmitir uma mensagem diferente”, afirmou.

Em tom crítico, Leão XIV recordou os prejuízos sofridos com a gestão do patrimônio em Londres, no caso da Sloane Avenue, lamentando “quantos milhões se perderam por causa disso”. Ao mesmo tempo, fez questão de destacar os avanços trazidos pela reforma financeira iniciada por Francisco, que criou mecanismos de controle mais rígidos e trouxe resultados positivos.

Segundo o pontífice, a meta é que a Santa Sé seja marcada por cooperação e transparência, tanto no campo pastoral quanto na administração. “Evitar decisões equivocadas e trabalhar em conjunto é essencial”, concluiu.

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Com informações da Agência Ecclesia