“Educar é promover dignidade e justiça”, afirma Papa em nova Carta Apostólica
No documento "Desenhar novos mapas de esperança", publicado pelos 60 anos da declaração Gravissimum Educationis, o pontífice pede uma educação que forme o coração, e não apenas a técnica, e alerta: "a pessoa não pode ser reduzida a um algoritmo".

Em um mundo marcado por guerras, desigualdades e pela rápida digitalização, o papa Leão XIV publicou, nesta terça-feira (28), a Carta Apostólica “Desenhar novos mapas de esperança”. O documento celebra os 60 anos da declaração Gravissimum Educationis, do Concílio Vaticano II, e relança seus princípios como um caminho urgente para os desafios atuais.
O Papa afirma que a educação cristã tem a tarefa de “reconstruir a confiança num mundo marcado por conflitos e pelo medo”, lembrando que somos filhos de Deus, e não órfãos. A partir dessa consciência, diz ele, nasce a verdadeira fraternidade.
Na carta, Leão XIV defende uma formação integral da pessoa, que não pode ser reduzida a um mero “treinamento funcional ou instrumento econômico”. Com uma mensagem direta aos desafios da tecnologia, ele adverte: “uma pessoa não é um ‘perfil de competências’, não se reduz a um algoritmo previsível, mas é um rosto, uma história, uma vocação”.
O pontífice faz um apelo para que as escolas e universidades católicas sejam lugares onde “as perguntas não são silenciadas e a dúvida não é banida, mas sim acompanhada”. Ele enfatiza que o conhecimento não pode ser separado do coração e do desejo, pois isso significaria “quebrar a pessoa”.
Principais pontos da Carta Apostólica:
- A Família como Base: O Papa reafirma que a família é o principal e insubstituível lugar da educação, e pede uma “aliança educativa” baseada na escuta e na responsabilidade compartilhada entre pais e escolas.
- Educação para a Paz: Em um tempo de guerras, a educação deve ser uma “força suave que rejeita a violência”, ensinando a “linguagem da misericórdia e da justiça reconciliada”.
- Justiça Social e Ambiental: A educação católica, diz o Papa, “não pode ficar calada” diante do sofrimento da Terra e dos pobres. Ela deve unir a justiça social e a ambiental, formando consciências para estilos de vida sustentáveis.
- Tecnologia a Serviço do Humano: As tecnologias e a Inteligência Artificial devem servir à pessoa, e não o contrário. “Nenhum algoritmo pode substituir o que torna humana a educação: a poesia, a ironia, o amor, a arte, a imaginação”, escreve o Papa.
- Perder os pobres é perder a escola: Leão XIV conclui com um forte apelo à inclusão, afirmando que a gratuidade do Evangelho deve ser o estilo da educação católica. “Perder os pobres equivale a perder a própria escola”, finaliza.
A carta é um chamado vigoroso para que todos os educadores católicos sejam artesãos de esperança, formando não apenas profissionais competentes, mas, acima de tudo, pessoas humanas, justas e capazes de construir um futuro de paz.
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Com informações de Vatican News