Escavar em profundidade: o Papa convida a Igreja a renovar seus alicerces espirituais
Em um momento de profunda reflexão sobre a identidade e a missão da Igreja, o Papa Leão XIV presidiu a celebração eucarística da Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, neste domingo (09/11), reunindo duas mil e setecentas pessoas no templo que é considerado a Catedral da Diocese de Roma e a mãe de todas as igrejas.
A homilia do Santo Padre trouxe uma mensagem desafiadora e transformadora: antes de edificarmos estruturas imponentes na Igreja, precisamos escavar em profundidade em nós mesmos. Recorrendo à história do próprio edifício — construído por vontade do imperador Constantino após conceder aos cristãos, no ano 313, a liberdade de professar sua fé — o Papa ressaltou que, assim como aqueles que precederam o cuidado de criar fundações sólidas, nós também devemos nos comprometer com esse trabalho interior.
“Nós, operários da Igreja viva, antes de podermos erguer estruturas imponentes, devemos escavar em nós mesmos e à nossa volta, para eliminar todo o material instável que possa impedir-nos de alcançar a verdadeira rocha de Cristo”, afirmou Leão XIV, citando o apóstolo Paulo. O Pontífice alertou que sobrecarregar com estruturas pesadas um edifício de bases frágeis representa um perigo grave — um convite à humildade e à autocrítica que ecoa através dos séculos.
A reflexão papal conectou a solidez física da Basílica — erguida sobre um alicerce profundo que exigiu escavação cuidadosa — com a necessidade espiritual de que cada cristão e cada comunidade removam os “materiais instáveis” que nos afastam do Evangelho. O Santo Padre advertiu contra a pressa do mundo moderno, que “exige resultados imediatos, porque desconhece a sabedoria da espera”. Apenas com humildade e paciência, apontou, a Igreja pode construir comunidades genuínas de fé, capazes de difundir caridade e anunciar o Magistério apostólico.
O Papa trouxe à tona também a imagem do “estaleiro de Deus”, descrevendo a Igreja como um canteiro de obras onde a atividade, criatividade e empenho se mesclam com esforço e resolução de problemas complexos. “A Igreja de Roma é testemunha disso nesta fase da implementação do Sínodo”, destacou Leão XIV, convidando os fiéis a não desanimarem diante do “caminho íngreme”, mas a continuarem trabalhando com confiança para crescerem juntos.
Por fim, o Pontífice enfatizou que a liturgia é o coração desse processo de transformação — o lugar onde somos “edificados como templo de Deus” e recebemos força para pregar Cristo no mundo. Com palavras que lembravam Santo Agostinho — “a beleza não é senão amor, e o amor é a vida” — o Papa desejou que todos quantos se aproximem do Altar possam partir repletos daquela graça que o Senhor deseja “inundar o mundo”.
A mensagem de Leão XIV, portanto, não é apenas um convite à contemplação, mas um chamado à ação: reconhecer nossos limites, superar o orgulho, e permitir que Jesus nos transforme, moldando-nos segundo seus desígnios de salvação.
Assim como o Papa nos convida a escavar em profundidade e a construir sobre os alicerces seguros de Cristo, você também pode fortalecer sua fé e apoiar essa grande missão. Torne-se um Membro do Clube Aliança e nos ajude a continuar transmitindo mensagens de fé, esperança e amor que transformam corações — bem como transformaram o coração de Zaqueu no Evangelho. Sua contribuição nos permite levar para o ar conteúdos edificantes que alimentam a alma e renovam a esperança em Cristo. Saiba mais em: alianca.fm.br/clube
Com informações de Vatican News