Fraternidade: O Chamado Divino para Reconstruir a Humanidade

O Santo Padre enfatizou que a fraternidade representa um dos grandes desafios da humanidade contemporânea. Ela brota da própria natureza humana: “Somos capazes de nos relacionar e, se quisermos, sabemos construir laços autênticos entre nós.” Contudo, o Papa alertou para um perigo silencioso que ronda nossas sociedades. Quando nos isolamos, corremos o risco de adoecer de solidão e de cultivar um narcisismo que nos faz considerar os outros apenas como meios para nossos próprios interesses. A fraternidade, portanto, é um antídoto contra essa tendência desumanizadora.

Reconhecendo a realidade dos tempos em que vivemos, Leão XIV não negou as dificuldades: “Muitos conflitos, guerras e tensões sociais parecem demonstrar o contrário” da fraternidade. Mas, com esperança inabalável, afirmou que “a fraternidade não é um sonho belo e impossível.” Para vencer as sombras que a ameaçam, é necessário voltar às fontes da fé e buscar “a luz e a força n’Aquele que é o único que nos liberta do veneno da inimizade.”

O Pontífice evocou o exemplo luminoso de São Francisco de Assis, que se dirigia a todos com a saudação omnes fratres — todos irmãos. Essa expressão encapsula uma fraternidade sem fronteiras, que reconhece todos os seres humanos no mesmo patamar de dignidade. “Era a forma inclusiva com a qual o Santo colocava todos os seres humanos no mesmo patamar, reconhecendo o seu destino comum de dignidade, diálogo, acolhimento e salvação.” Esse “todos” expressa um traço essencial do cristianismo: a Boa Nova é universal, nunca exclusiva ou restritiva.

A raiz profunda da fraternidade cristã, explicou o Papa, encontra-se no mandamento novo de Jesus: “Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.” Cristo, por meio de sua morte e ressurreição, revelou que o amor é capaz de transformar radicalmente as relações humanas. “A fraternidade concedida por Cristo liberta-nos da lógica negativa do egoísmo, da divisão e da prepotência, e reconduz-nos à nossa vocação original, em nome de um amor e de uma esperança que se renovam todos os dias.”

Ao concluir sua reflexão, o Papa Leão XIV convidou todos os fiéis a viver a fraternidade como testemunho vibrante da fé no Ressuscitado. Os cristãos verdadeiros, afirmou, “apoiam-se mutuamente nas provações, não viram as costas aos necessitados, choram e alegram-se juntos.” Essa é a marca autêntica de quem segue Cristo: reconhecer em cada pessoa um irmão ou uma irmã, e caminhar lado a lado rumo à salvação.

A mensagem do Papa ressoa como um apelo urgente em nosso tempo, convidando-nos a superar divisões, a abraçar a inclusão e a construir, dia após dia, uma comunidade humana mais solidária e amorosa. A fraternidade não é uma utopia distante, mas uma realidade transformadora para quem aceita o convite do Evangelho.

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Com informações de Vatican News