Do Congo a Helsinque: o duplo apelo do Papa pela paz e pela diplomacia
Na audiência geral, Leão XIV lamenta ataque terrorista na África e recorda os 50 anos dos acordos de Helsinque como um chamado a perseverar no diálogo

Ao final da audiência geral desta quarta-feira (30), na Praça de São Pedro, o Papa Leão XIV dirigiu seu pensamento e suas orações a dois pontos distintos do globo, mas unidos por um forte clamor pela paz. O Pontífice expressou seu profundo pesar pelo recente ataque terrorista na República Democrática do Congo e recordou o cinquentenário da Declaração de Helsinque, um marco da diplomacia.
Com a voz embargada pela dor, o Santo Padre renovou sua consternação pelo que chamou de “brutal ataque terrorista”, ocorrido na noite de 26 para 27 de julho em Komanda. Na ocasião, mais de quarenta cristãos foram cruelmente assassinados, alguns dentro da igreja durante uma vigília de oração e outros em suas próprias casas.
“Ao confiar as vítimas à amorosa misericórdia de Deus, rezo pelos feridos e pelos cristãos em todo o mundo que continuam a sofrer violência e perseguição”, disse o Papa. Ele também fez uma forte exortação aos líderes locais e à comunidade internacional para que “trabalhem juntos para evitar tragédias semelhantes”, mostrando que a oração deve ser sempre acompanhada pela ação responsável.
Em seguida, o Papa Leão XIV projetou seu olhar para a história, lembrando que na próxima sexta-feira, 1º de agosto, celebra-se o cinquentenário da assinatura da Ata Final de Helsinque. Este acordo, lembrou o Papa, inaugurou uma nova era geopolítica ao promover a reaproximação entre o Oriente e o Ocidente durante a Guerra Fria, em uma busca corajosa pela segurança e cooperação.
O Pontífice fez questão de destacar a “participação ativa da Santa Sé” naquele evento histórico, representada pelo arcebispo Agostino Casaroli. A conferência, segundo ele, não apenas buscou a paz entre as nações, mas também marcou um interesse renovado pelos direitos humanos, com uma atenção especial à liberdade religiosa, um pilar fundamental para a cooperação.
Hoje, diante de um mundo novamente ferido por tantos conflitos, o Papa afirmou que “é essencial preservar o ‘espírito de Helsinque'”. Ele concluiu com um apelo vigoroso para que se persevere no diálogo, se fortaleça a cooperação e se faça da diplomacia “o meio privilegiado para prevenir e resolver conflitos”, reafirmando a perene missão da Igreja como construtora de pontes.
A oração pelas vítimas da violência e o diálogo pela paz são sementes de um mundo mais fraterno. A Rádio Aliança se une ao apelo do Papa, buscando ser uma voz que conforta e promove a paz. Ajude-nos a manter esta missão no ar. Contribua em: alianca.fm.br/contribuintes