Cuidar da criação sem idolatrar a natureza: a mensagem do Papa para a Amazônia
Em telegrama a bispos reunidos na Colômbia, Leão XIV delineia a missão da Igreja na Amazônia: anunciar Cristo, promover a justiça e ser um administrador fiel da casa comum

O Papa Leão XIV enviou uma mensagem aos bispos amazônicos que estão reunidos em Bogotá, na Colômbia, recordando os pilares da missão da Igreja na região e fazendo uma clara advertência sobre a relação do homem com a natureza. Em um telegrama assinado pelo Cardeal Pietro Parolin, o Pontífice exortou os pastores a cuidarem da criação sem, contudo, se tornarem seus escravos ou adoradores.
A mensagem, dirigida ao Cardeal Pedro Barreto Jimeno, presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), agradece os esforços dos bispos e os convida a buscarem, em unidade e colegialidade, modos concretos de auxiliar os diocesanos e vigários apostólicos a cumprirem sua missão, tendo como base os frutos do Sínodo da Amazônia de 2019.
Para isso, o Papa Leão XIV propôs três dimensões interligadas, mas com uma clara ordem de prioridade. A primeira e fundamental é a missão de anunciar o Evangelho. “É necessário que Jesus Cristo (…) seja anunciado com clareza e imensa caridade entre os habitantes da Amazônia”, afirmou o Papa, destacando a necessidade de oferecer-lhes “o pão fresco e límpido da Boa Nova e o alimento celeste da Eucaristia”.
A segunda dimensão é o tratamento justo dos povos que ali vivem, que o Papa apresenta como uma consequência direta da evangelização. “Onde se prega o nome de Cristo a injustiça retrocede proporcionalmente”, ensinou o Pontífice, pois a fé nos leva a nos recebermos “uns aos outros como irmãos”, eliminando a exploração do homem pelo homem.
A terceira dimensão é o cuidado com a casa comum. O Papa enfatizou a importância de cuidar da “casa” que Deus nos confiou “como administradores solícitos”. Este cuidado implica a responsabilidade de não destruir “irresponsavelmente os bens naturais que falam da bondade e beleza do Criador”.
Foi neste ponto que o Santo Padre fez sua mais forte advertência. Ele alertou para que ninguém se submeta à natureza “como escravo ou adorador”, pois este não é o plano de Deus.
Concluindo seu raciocínio, o Papa recordou o propósito último da criação: “as coisas nos foram dadas para alcançarmos o nosso objetivo de louvar a Deus e, assim, obter a salvação de nossas almas”. A natureza, portanto, é um caminho que aponta para o Criador, e não um fim em si mesma.
A mensagem do Papa para a Amazônia nos recorda que toda a criação é um dom que nos aponta para o Criador. A Rádio Aliança busca, em sua missão, anunciar a Boa Nova e levar a todos a louvarem a Deus. Para que esta voz continue a ecoar, contamos com a sua ajuda generosa. Contribua em: alianca.fm.br/contribuintes