Uma voz pela dignidade humana: Papa Leão XIV é destaque em lista de influentes em IA da revista Time
Publicação americana reconhece a liderança moral do Pontífice ao traçar um paralelo entre a atual revolução da Inteligência Artificial e a Revolução Industrial enfrentada por Leão XIII.
Em um reconhecimento que pode surpreender o mundo secular, mas que reflete a profunda atenção da Igreja aos sinais dos tempos, a prestigiada revista Time incluiu o Papa Leão XIV em sua lista de 2025 das pessoas mais influentes no campo da Inteligência Artificial (IA). O Santo Padre foi posicionado no grupo dos “Pensadores”, ao lado de figuras proeminentes como os cientistas-chefes do Google e da OpenAI.
A nomeação destaca a relevância da voz moral da Igreja em um dos debates mais cruciais da nossa era. A chave para entender essa escolha está no próprio nome que o novo Pontífice adotou. Sua referência ao Papa Leão XIII, que guiou a Igreja durante a Revolução Industrial com a histórica encíclica Rerum Novarum, não foi mera formalidade. Foi um sinal claro de sua intenção de pastorear o rebanho de Cristo através dos desafios morais e sociais da era digital.
Desde o início de seu pontificado, Leão XIV tem alertado que a Inteligência Artificial representa uma “nova revolução industrial”. Em seus discursos, ele insiste que o avanço tecnológico jamais deve comprometer os pilares da doutrina social da Igreja: “a dignidade humana, a justiça e o trabalho”. Como observou a própria Time, essa postura ecoa a defesa dos trabalhadores feita por Leão XIII no século XIX, contra um sistema que os desumanizava.
O paralelo histórico é direto e poderoso. Se em 1891 a Rerum Novarum afirmava que o trabalho é parte essencial da realização humana, e não uma peça descartável na engrenagem industrial, hoje Leão XIV argumenta que a IA, apesar de suas promessas, corre o risco de gerar uma desumanização semelhante se não for guiada por princípios éticos sólidos.
Essa preocupação não é apenas teórica. Em junho, o Vaticano sediou um encontro global sobre IA e ética, onde o Papa elogiou o potencial da tecnologia, mas alertou firmemente contra seus abusos, como a distorção da verdade e a promoção de conflitos. Este trabalho dá continuidade e uma “nova urgência” às iniciativas do Papa Francisco, que já defendia um tratado internacional para a regulamentação da IA.
A posição do Papa está profundamente enraizada nos ensinamentos perenes da Igreja. O Catecismo nos lembra que “o trabalho é para o homem, e não o homem para o trabalho” (CIC 2428). Por extensão, nenhuma máquina ou algoritmo pode se sobrepor à centralidade e à dignidade da pessoa humana.
Além da dimensão doutrinal, Leão XIV traz uma perspectiva pastoral única. Seus anos de serviço no Peru, especialmente entre comunidades vulneráveis e trabalhadores de baixa renda, deram-lhe uma sensibilidade aguçada para com aqueles que mais sofrem com as transformações econômicas. Sua liderança no debate sobre a IA é, portanto, enraizada na experiência humana vivida. Ao incluí-lo em sua lista, a revista Time reconhece que a voz do Papa oferece um contrapeso vital ao discurso puramente tecnológico: uma tradição espiritual que mede o verdadeiro progresso não pelo lucro, mas pela salvaguarda da dignidade de cada pessoa.
A voz do Papa Leão XIV ecoa no cenário mundial, defendendo a dignidade humana em meio às novas tecnologias. Para que a Rádio Aliança continue a ser um canal que amplifica estes ensinamentos e serve como “Um Farol de Esperança” na era digital, contamos com a sua colaboração.
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Com informações de Aleteia