Papa Leão XIV deseja viajar à Turquia para marcar os 1700 anos do Concílio de Niceia
Celebração ecumênica deve reunir diferentes tradições cristãs no final de novembro

O Papa Leão XIV revelou o desejo de viajar à Turquia, no final de novembro, para participar de uma celebração especial pelos 1700 anos do Concílio de Niceia. O anúncio foi feito em entrevista ao portal norte-americano Crux, publicada também em sua biografia Leão XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI.
A cidade de Niceia, atualmente conhecida como Iznik, foi palco do primeiro concílio ecumênico da história, em 325, que deu origem ao Credo recitado até hoje nas liturgias cristãs. Para o pontífice, revisitar esse lugar tem forte significado espiritual: “Niceia representa um momento em que, antes das divisões, todos ainda podiam professar uma mesma fé”, recordou.
O Papa explicou que a celebração não será apenas um encontro com Bartolomeu, patriarca ecumênico de Constantinopla, como alguns imaginaram inicialmente. Ele fez questão de propor que o evento tenha caráter ecumênico amplo, com a presença de líderes de várias Igrejas e comunidades cristãs. “O diálogo pela unidade deve ser uma prioridade da Igreja no tempo de hoje”, afirmou.
Em suas palavras, Leão XIV mencionou também os desafios no relacionamento com a Igreja Ortodoxa Russa, a segunda maior comunidade cristã do mundo. A guerra e declarações recentes ampliaram a distância entre Moscou e Roma, mas o Papa sublinhou que seu serviço passa justamente por “construir pontes também nesse sentido”.
O pontífice aproveitou ainda para reforçar a importância do diálogo inter-religioso, destacando o caminho aberto por Francisco. “Para o bem da paz mundial, não existe outra via. Proclamar Jesus Cristo como Senhor não significa desrespeitar outras crenças, mas testemunhar a fé com respeito e abertura”, disse.
Na entrevista, Leão XIV comentou também o fato de ter sido eleito durante um ano jubilar, algo que não acontecia desde 1700, no pontificado de Inocêncio XII. Ele descreveu sua escolha como um chamado a deixar para trás a vida anterior e abraçar um ministério exigente, público e constante.
Apesar das dificuldades, o Papa disse sentir fortemente a ação do Espírito Santo em sua missão: “Durmo bem, sei que o Senhor está comigo. O início foi marcado por grandes desafios, mas apenas estou começando”, declarou com serenidade.
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