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“Uma só carne”: em novo documento, Vaticano exalta a monogamia como o elogio do amor fiel

Diante de uma cultura individualista e do "poliamor", a Nota Doutrinal Una caro reafirma o matrimônio como uma união exclusiva e de pertencimento recíproco, onde o amor não é posse, mas respeito, caridade e abertura à vida.

Em uma união exclusiva e recíproca, onde duas pessoas se tornam “uma só carne”, reside a verdadeira dignidade e beleza do amor conjugal. É com essa convicção que o Dicastério para a Doutrina da Fé publicou a nova Nota Doutrinal intitulada Una caro. Elogio à monogamia, um documento aprovado pelo Papa Leão XIV que busca aprofundar o valor do matrimônio como um dom total de si ao outro.

O texto surge como uma resposta clara aos desafios do nosso tempo. Diante de um contexto global onde o poder tecnológico leva o ser humano a se sentir sem limites, e onde crescem no Ocidente as discussões sobre o “poliamor”, a Igreja sente a necessidade de realçar a beleza de um amor fiel e exclusivo. O documento visa, assim, ajudar bispos, jovens e casais a redescobrir a riqueza do matrimônio cristão, não como uma limitação, mas como a possibilidade de um amor que se abre para o eterno.

Um dos pilares do documento é o conceito de “pertencimento recíproco”, fundado no consentimento livre dos cônjuges. Isso implica, segundo o texto, “um cuidado delicado, um santo temor de profanar a liberdade do outro”. O amor autêntico sabe que o outro não é um meio para resolver as próprias insatisfações. Por isso, a Nota condena com veemência as “várias manifestações de violência explícita ou sutil, de opressão, de pressão psicológica, de controle” que surgem de um desejo doentio de posse. O matrimônio, afirma o documento, não é posse.

Um “nós dois” saudável, explica o texto, implica o respeito mútuo entre duas liberdades que se escolhem, mas que nunca se absorvem. O casal deve compreender e aceitar momentos de reflexão ou autonomia, pois o matrimônio não é uma libertação da solidão — só Deus pode preencher esse vazio —, mas uma parceria de confiança para enfrentar os desafios. O diálogo sincero é a chave para evitar que a distância apague o “nós dois”.

Essa união se realiza plenamente na caridade conjugal, descrita como a “maior amizade”, um dom divino nutrido pela oração e pela vida sacramental. É essa caridade que permite viver a sexualidade não como um simples impulso, mas como “um presente maravilhoso de Deus” orientado à doação total. Mesmo quando um casal não pode ter filhos, o matrimônio conserva seu caráter essencial, pois a fecundidade do amor se desdobra de muitas maneiras.

Diante de um “individualismo consumista” e de um universo de redes sociais onde “o pudor desaparece”, a Nota aponta para a urgência de uma “nova pedagogia”. É preciso educar as novas gerações para que vejam o amor não como mera pulsão, mas como um chamado à responsabilidade e à “capacidade de esperança no outro”. Educar para a monogamia, portanto, não é arcaísmo, mas uma “iniciação à grandeza de um amor que transcende a imediatidade”.

O documento conclui lembrando que o amor do casal não deve se fechar em si mesmo. Ele se realiza plenamente quando se abre a projetos compartilhados para o bem da comunidade e, especialmente, na atenção aos pobres. O amor conjugal autêntico, portanto, é uma “promessa de infinito”, uma comunhão dinâmica que cresce no tempo e se torna um sinal visível do amor de Deus no mundo.

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Com informações de Vatican News