Mãe cristã condenada à morte no Paquistão por mensagem no WhatsApp

Uma sentença chocante abalou a comunidade cristã no Paquistão. Shagufta Kiran, ex-enfermeira de 40 anos e mãe de quatro filhos, foi condenada à morte por um juiz de Islamabad sob a acusação de blasfêmia por uma mensagem compartilhada no WhatsApp. A decisão, proferida em 18 de setembro, também inclui uma multa de 300 mil rúpias paquistanesas (cerca de R$ 5,9 mil).

O caso tem origem em 2020, quando Kiran supostamente encaminhou mensagens consideradas ofensivas ao profeta Maomé em um grupo de WhatsApp. Seu advogado, Rana Abdul Hameed, afirma que ela apenas repassou o conteúdo sem lê-lo, não sendo a autora original. “Acreditamos que Shagufta foi acusada porque é cristã: ela é um alvo fácil e vulnerável”, declarou Hameed à agência Fides.

A condenação baseia-se na seção 295-C do Código Penal do Paquistão, que prevê pena capital para insultos ao profeta Maomé. Kiran será mantida na Prisão Central de Adyalaa, em Rawalpindi, até que sua sentença seja cumprida, a menos que o recurso planejado por sua defesa seja bem-sucedido.

Este caso levanta sérias preocupações sobre a liberdade religiosa no Paquistão e o uso indevido das leis de blasfêmia. Naeem Yousaf, diretor executivo da Comissão Nacional Católica de Justiça e Paz (NCJP), expressou profunda decepção com a sentença, classificando-a como “cruel” e pedindo orações para Shagufta e sua família.

O incidente destaca a necessidade urgente de abordar a crescente radicalização no país e proteger as minorias religiosas. A comunidade internacional e as organizações de direitos humanos estão acompanhando atentamente o caso, na esperança de que a justiça prevaleça no recurso de Kiran.

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Com informações de ACI Digital